Objetivos

Este blog faz parte do projeto de monitoria "Saber com sabor: o uso de recursos áudio-visuais e digitais no ensino de Literatura Alemã", coordenado pela Prof.ª Susana Kampff Lages, para as disciplinas da área de Literatura do Curso de Bacharelado e Licenciatura em Letras - Português/Alemão da Universidade Federal Fluminense. O blog tem como objetivo principal ser uma ferramenta de apoio no processo de ensino/aprendizagem dessas disciplinas. Imagens fotográficas e de obras de arte, trechos de peças de música clássica ou popular, trechos de filmes, trechos de obras literárias ou de crítica, traduções e outros materiais pertinentes à cultura literária alemã e aos temas tratados em aula poderão ser postados por estudantes e professores. O blog tende a ser um lugar tanto de diálogo entre docentes e estudantes, quanto de ajuda mútua entre os próprios estudantes, que assim podem trocar experiências de leitura e estudo.

domingo, 2 de setembro de 2012

Revista Simplicissimus

O romance O aventuroso Simplicissimus está sendo estudado na disciplina de Literatura Alemã IV. E a estudante Clarissa Marinho produziu um texto sobre a revista que dá nome a este post. A seguir, o texto na íntegra.


Universidade Federal Fluminense
Instituto de Letras
Departamento de Letras Estrangeiras Modernas – GLE
Disciplina: Literarura Alemã IV
Professor: Johannes Kretschmer
Estudante: Clarissa Marinho


Revista Simplicissimus


Simplicissimus foi uma revista semanal especializada em sátiras políticas. Sua publicação teve início em 1896 e terminou pouco menos de um século depois, em 1944. O título do periódico teria advindo do clássico picaresco ‘O aventuroso Simplicissimus’, escrito por Hans Jacob Cristoffel von Grimmelshausen no século XVII e o seu conteúdo ousado buscava alcançar a igreja, a moral burguesa, os militares, as autoridades políticas do então Império Prussiano e outros grupos políticos da época.
 Entre os colaboradores e funcionários da Simplicissimus incluíram Hermann Hesse, Thomas Mann, Gustav Meyrink, Georg Queri, Fanny zu Reventlow, Ludwig Thoma, Jakob Wassermann, Frank Wedekind, Arthur Holitscher, Karl Arnold, Franziska Bilek, Walter Essenther, George Grosz, Olaf Gulbransson , Heinrich Kley, Alfred Kubin, Rudolf Kriesch, Otto Nuckel, Bruno Paulo, Ferdinand Von Reznicek, Erich Schilling, Erich Dolorosamente, Erwin von Kreibig, Wilhelm Schulz, Edgar Steiger Eduard Thony, Robert Walser, Rudolf Wilke, Heinrich Zille, Rainer Maria Rilke, Hugo von Hofmannsthal , Heinrich Mann e Erich Kastner. 
O Bulldog vermelho (das rote Hund) - emblema da revista – foi desenhado pelo cartunista e responsável pela arte das capas, Thomas Theodor Heine.

A revista, que vendeu mil exemplares na primeira edição, não refreou suas críticas contundentes causando o descontentamento de diversas autoridades e o consequente cárcere de alguns dos representantes da revista. Tais fatos a popularizaram ainda mais, o que ocasionou a venda de mais de 85 mil cópias em 1906. 
Embora com a entrada da Alemanha na primeira guerra mundial a revista tenha passado por um momento de moderação, chegando a apoiar os esforços políticos em benefício da guerra, não muito tempo depois, publicações ainda mais severas foram publicadas contra os partidos extremistas de esquerda e direita. Com a ascensão do Partido Nazista, porém, os responsáveis pelo periódico receberam progressivamente punições, desde acusações verbais, ataques aos escritórios, intimidação pessoal, até, finalmente, a prisão aos escritores e colaboradores da revista.
Simplicissimus cessou sua publicação em 1944.
(A revista Simplicissimus encontra-se disponível para leitura e pesquisa, inclusive em PDF: http://www.simplicissimus.info)

3 comentários:

  1. Poxa fiquei curiosa em saber quem foi preso e se sobreviveram (talvez tenha sido a intenção provocar para a pesquisa, mas e quem não sabe alemão?)

    Lembro que estudei alguma coisa sobre um grupo ligado as artes: Der blaue Reiter (se não me engano)Seria superbacana ler algo sobre eles aqui.

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  2. Olá, Helenecamille,

    Não há como responder às suas perguntas com certeza, sobre quem, dos escritores citados, foi preso e quem sobreviveu naquele contexto, salvo com uma investigação aprofundada acerca da vida de cada um deles. Isso porque no próprio artigo através do qual executamos a pesquisa não constam essas informações específicas: Não houve supressão aos leitores que não podem ler alemão.

    Muitos foram presos ou exilados em função do próprio autoritarismo da ideologia nazista, não necessariamente no contexto da Revista Simplicissimus. É possível, entretanto, inferir o desfecho da história de algum dos colaboradores: Hermann Hesse esteve em exílio ainda na década de 30, mas só faleceu quase 20 anos depois vítima de um AVC enquanto dormia. Thomas Mann sofreu pelo desenraizamento durante suas viagens de exílio, desde que perdera sua nacionalidade alemã em 1936. Esteve na França, nos Estados Unidos e por fim na Suíça, onde morreu cerca de 20 anos depois. Hugo von Hofmannsthal morreu de AVC em 1929, pouco antes de sua família ser forçada a ir para um exílio. Und so weiter...

    Muito obrigada pelo acesso ao blog, leitura dos textos e principalmente pelas sugestões. :)

    Um abraço,
    Clarissa Marinho

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  3. Helene Camille , Thomas heine q era judeu foi obrigado a se exilar e morreu em Estocolmo em 1948-----George Groz se exilou nos EUA em 1932 -----outros permaneceram e colaboraram c o nazismo

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