Objetivos

Este blog faz parte do projeto de monitoria "Saber com sabor: o uso de recursos áudio-visuais e digitais no ensino de Literatura Alemã", coordenado pela Prof.ª Susana Kampff Lages, para as disciplinas da área de Literatura do Curso de Bacharelado e Licenciatura em Letras - Português/Alemão da Universidade Federal Fluminense. O blog tem como objetivo principal ser uma ferramenta de apoio no processo de ensino/aprendizagem dessas disciplinas. Imagens fotográficas e de obras de arte, trechos de peças de música clássica ou popular, trechos de filmes, trechos de obras literárias ou de crítica, traduções e outros materiais pertinentes à cultura literária alemã e aos temas tratados em aula poderão ser postados por estudantes e professores. O blog tende a ser um lugar tanto de diálogo entre docentes e estudantes, quanto de ajuda mútua entre os próprios estudantes, que assim podem trocar experiências de leitura e estudo.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

ESCRITOR-VISITANTE: Roteirista alemão participa de evento no Rio


A Universidade Federal Fluminense (UFF), com o apoio do Goethe-Institut Rio de Janeiro e do Deutscher Literaturfonds, realizará no dia 26 de outubro uma palestra com o escritor e roteirista alemão Thomas Brussig.

Durante o evento, Brussig lerá trechos da sua obra Schiedsrichter Fertig. Eine Litanei e participará de um debate. A iniciativa faz parte do primeiro programa de escritor-visitante de língua alemã da América Latina, promovido pela UFF.

Thomas Brussig nasceu em Berlim e conquistou o público com o romance Helden wie wir em 1995. O sucesso atingiu seu auge com O charuto apagado de Churchill, um romance que relembra os anos que antecederam a 9 de novembro de 1989, data da queda do muro de Berlim. O texto foi inclusive adaptado para o cinema em 1999 e tornou-se o filme de maior bilheteria na Alemanha naquele ano. Entre as suas obras mais recentes estão Berliner Orgie e Schiedsrichter Fertig.

O evento é gratuito e inicia às 18h30 na Biblioteca do Goethe-Institut do Rio de Janeiro.


Leitura

26 de outubro às 18h30

Biblioteca do Goethe-Institut Rio de Janeiro

Rua do Passeio, 62 / 2° andar - Centro

Em alemão

Entrada franca

Tel.: +55 21 3804 8204

bibl@rio.goethe.org


quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Lançamento do livro "A tradução literária" de Paulo Henriques Britto

Gostaríamos de convidar para  lançamento do livro "A tradução literária" de Paulo Henriques Britto, dia  17/10, às 19h, na livraria da Travessa do Shopping Leblon. Na ocasião haverá debate com Evando Nascimento e Susana Kampff Lages. Esperamos vocês lá!








terça-feira, 16 de outubro de 2012

Freud em HQ

A biografia em quadrinhos de Freud,  por Corinne Maier e Anne Simon, é um dos lançamentos da Companhia das Letras. Abaixo, pode-se ter uma ideia do trabalho. Confira mais páginas em http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/10411-freud-hq#foto-193941







Agenda Acadêmica na UFF: participe!




APRESENTAÇÕES DE ALUNOS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA: sala 301


GABRIEL ALONSO GUIMARÃES Literatura Alemã/Tradução 3a feira 16/10 às 11 horas

MARINA DUPRÉ Língua Alemã/Tradução 4a feira , 17/10 às 10h40m

APRESENTAÇÕES DOS MONITORES: sala 505


BEATRIZ LEMOS RODRIGUES Literatura Alemã

ODILON DE MORAES Língua Alemã

3ª FEIRA, dia 16/10 a partir das 14 horas.


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Agenda Acadêmica na UFF


Agenda Acadêmica mostrará produção no ensino, pesquisa e extensão da UFF 

A Agenda Acadêmica da UFF ocorre anualmente e tem como objetivo apresentar a produção desenvolvida na UFF em suas três grandes áreas de atuação: ensino, pesquisa e extensão. Neste ano, a atividade se realiza entre os dias 15 e 22 de outubro, buscando promover a integração da comunidade interna em torno dos programas acadêmicos da instituição e com a comunidade externa, por meio das mostras elaboradas para a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.

Dentre outros trabalhos promovidos no município de Niterói e unidades no interior do Estado do Rio de Janeiro, o evento na universidade contará com a Semana de Monitoria, Mostra de Iniciação à Docência na Educação Básica, Programa de Educação Tutorial - PET/MEC, Programa de Educação Tutorial (Propet) da UFF, Semana de Desenvolvimento Acadêmico, Semana de Extensão, além de diversos seminários.

A abertura oficial da Agenda Acadêmica ocorrerá no Auditório Florestan Fernandes, Campus do Gragoatá, Bloco D, São Domingos, Niterói. Na ocasião, haverá a entrega do prêmio Homenagem Prata da Casa - programa de ex-alunos da universidade - e, ainda, um minishow de “stand up”, palestra de abertura sobre sustentabilidade com o professor Nelson Ebecken, um dos homenageados, e coquetel.


Outras informações no site da Agenda Acadêmica: www.agendaacademica.uff.br

Apresentações na Agenda Acadêmica



APRESENTAÇÕES DE ALUNOS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA 301


GABRIEL ALONSO GUIMARÃES Literatura Alemã/Tradução 3a feira 16/10 às 11 horas

MARINA DUPRÉ Língua Alemã/Tradução 4a feira , 17/10 às 10:40 hs

APRESENTAÇÕES DOS MONITORES: 505

BEATRIZ LEMOS RODRIGUES Literatura Alemã

ODILON DE MORAES Língua Alemã

3A FEIRA, dia 16/10 a partir das 14 horas. 



SEMANA ACADÊMICA UFF

Convidamos vocês a participarem da Semana Acadêmica na UFF. 
























sábado, 13 de outubro de 2012

Filme nacional "Meu amigo Nietzsche"

O filme "Meu amigo Nietzsche" teve sua estreia, em 22 de setembro de 2012, no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Trata-se de uma produção nacional que conta a história de um menino que descobre um dos livros do escritor alemão no lixão e com ele sua vida se transforma. Confira o trailer a seguir.



Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=3P8JwMoxeG0

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Revista dos Alunos dos Programas de Pós-Graduação em Letras da UFF aceita trabalhos!


Revista Icarahy 


ISSN:2176-3798 


site: www.revistaicarahy.uff.br



A revista aceita contribuições para os dossiês temáticos de língua e literatura ou para a seção Ensaios, destinada à publicação de artigos com tema livre. Solicitamos que, ao entregar os artigos à Secretaria do Programa, os alunos indiquem, no envelope, o número e a seção da Revista Icarahy a que o texto se destina.  



Seguem informações sobre os dossiês temáticos e os prazos: 



DOSSIÊS E EMENTAS DO Nº 8


Dossiê Língua: Os estudos semióticos


Objeto de estudo e método da semiótica. As diferentes classificações dos sistemas de signos. A distinção entre as diferentes abordagens semióticas. Os precursores e fundadores da ciência dos signos: Saussure, Pierce, Greimas. Pierce e sua visão triádica do signo. Greimas e a semiótica discursiva. A leitura de imagens sob a perspectiva semiótica. Aplicação dos estudos semióticos. Análise de materiais sincréticos. Semiótica plástica.


Dossiê Literatura: Literatura e opressão


O papel do artista/escritor em contextos de opressão (guerras, ditaduras, exílios, prisões); a produção artística como forma de resistência. A recepção de bens culturais nos espaços público e privado em tempos de autoritarismo. Estratégias discursivas para burlar as censuras e enfrentar as intolerâncias (religiosas, sexuais, de gênero ou classe). Negociações identitárias em momentos de crise. O testemunho e a narração do trauma. A memória como recriação individual e/ou coletiva.

PRAZO PARA ENVIO: 30/11/2012

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DOSSIÊS E EMENTAS DO Nº 9


Dossiê Língua: Atuação de pressupostos cognitivos nas teorias linguísticas


Abordagem cognitiva nas pesquisas linguísticas. Aspectos cognitivos no ensino e aprendizagem de línguas. Fundamentos cognitivos na pesquisa semiótica. Motivações cognitivas e a estruturação da gramática. O texto e seu processamento cognitivo. Princípios cognitivos e situação interlocutiva.


Dossiê Literatura: Literatura autobiográfica, escritas do eu.


O sujeito fraturado, típico da contemporaneidade, e sua busca por respostas que possam preencher as lacunas de sua existência/permanência no mundo, como desafio para a escrita autobiográfica. O EU que se narra ficcionalmente ou que se impõe como narrador de fatos de outrem e o exercício de caminhar na tênue linha que divide o real e o ficcional. O lugar da escrita biográfica na literatura, sua validade como texto literário e o que fundamenta as linhas biográficas no campo ficcional. O EU narrador e o EU personagem e a história narrada a partir de pistas, de vestígios de existência ou mesmo de sua própria obra. Os anseios e as lacunas de um gênero textual cada vez mais explorado por autores e críticos em todo o mundo.

PRAZO PARA ENVIO: 20/04/2013

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DOSSIÊS E EMENTAS DO Nº 10


Dossiê Língua: Os estudos aplicados da linguagem


A Linguística Aplicada e o ensino de língua materna, segunda língua e línguas estrangeiras. O ensino-aprendizagem de línguas, em diferentes contextos educacionais, formais ou não. A abordagem multicultural no ensino-aprendizagem de línguas. A Linguística Aplicada e sua interface com a Literatura e com outras ciências. Análise de materiais didáticos e estratégias pedagógicas. A formação de professores.


Dossiê Literatura: Literatura e Gênero


Representações da mulher na literatura (brasileira, de língua portuguesa ou de língua estrangeira) no texto literário; relações entre a mulher, literatura e história; estudos sobre mulheres escritoras; a crítica feminista; gênero como construção social do feminino e do masculino; a conquista feminina pela alteridade; as vozes silenciadas, além de outras interpretações e perspectivas teórico-críticas.

PRAZO PARA ENVIO: 20/09/2013


Informações sobre normas para publicação e envio de material disponíveis no site: http://www.revistaicarahy.uff.br/revista/index.php?item=normas


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Confira artigo de Jeanne Marie Gagnebin, publicado dia 07.10, no suplemento Ilustríssima sobre o filósofo alemão Walter Benjamin


Walter Benjamin na era da reprodutibilidade técnica

JEANNE MARIE GAGNEBIN


Quando Walter Benjamin se matou, aos 48 anos, em setembro de 1940, fugindo da polícia francesa do regime de Vichy (pró-Hitler) e barrado na fronteira com a Espanha pela polícia franquista, vivia exilado e desempregado em Paris. Sem jamais ter conseguido um posto de professor na universidade, mantinha-se como crítico literário, com um pequeno auxílio do Instituto de Pesquisa Social, embrião da escola de Frankfurt.

Havia publicado poucos livros, alguns artigos, várias resenhas, mas as portas se fechavam cada vez mais para ele em razão de sua origem judaica alemã. Era conhecido num pequeno círculo de amigos, em sua maioria escritores que fugiram do nazismo: Brecht, Adorno, Scholem, e, em Paris, também Bataille e Klossovski. 

Quando, em compensação, Benjamin caiu em domínio público, 70 anos mais tarde, sua fama não cessava de crescer. Por mais justificado que seja, tal fenômeno deve nos deixar desconfiados. Teria Benjamin se transformado em mais um "bem cultural", um "Kulturgut", isto é, uma mercadoria cultural, cujo valor de fetiche ele não se cansou de denunciar?

                           Reprodução
O filósofo alemão Walter Benjamin     O filósofo alemão Walter Benjamin


ONDA

Muitíssimo citado, em geral de maneira fragmentária, Benjamin é agora objeto de uma onda de traduções que arrisca se transformar, no Brasil, em epidemia.

Cabe, portanto, perguntar se essa onda de fato leva a um conhecimento mais preciso do autor, em particular em relação a suas reflexões sobre as transformações da percepção e das práticas estéticas na modernidade, ou se não assinalaria uma tendência mercadológica de "glamour" com a qual se confunde, tantas vezes, a ideia de cultura viva.

Seu primeiro texto traduzido no Brasil foi "A Obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica". O ensaio introduz hipóteses essenciais para uma teoria da arte contemporânea, marcada, segundo Benjamin, pela "reprodutibilidade técnica", central na fotografia e no cinema, que abole progressivamente a 'aura' de unicidade e de autenticidade da obra de arte.

Existem hoje quatro versões diferentes desse texto nas "Gesammelte Werke" (obras reunidas, editora Suhrkamp): três em alemão, uma em francês. A única publicada em vida de Benjamin foi a francesa, traduzida por ele e por Klossovski a partir de duas versões em alemão, escritas em fins de 1935 e inícios de 1936.

A primeira delas foi traduzida por Sérgio Paulo Rouanet para a editora Brasiliense, nos anos 1980; a segunda ficou desaparecida por décadas. A versão francesa saiu em 1936, na "Zeitschrift für Sozialforschung", revista para pesquisa social, publicada em Paris, já que tinha sido proibida na Alemanha, pelo instituto de mesmo nome, dirigido nos EUA por Max Horkheimer e Theodor Adorno.

Ora, a versão francesa sofreu inúmeros cortes, sem a concordância de Benjamin, pelo editor em Paris, Max Brill, e com a anuência de Horkheimer. Benjamin só tinha concordado com algumas modificações em razão da prudência política do instituto, mas queria marcar uma posição materialista e progressista que foi diluída com a censura.

Ao reler a carta de Benjamin a Horkheimer de 14 de março de 1936, na qual manifesta sua indignação com a "deslealdade" de Brill, e as cartas de Horkheimer e de Adorno, de 18 de março de 1936 --disponíveis no recém-editado "Benjamin e a Obra de Arte" [trad. Vera Ribeiro e Marijane Lisboa, Contraponto, 256 págs., R$ 48]--, torna-se manifesto o conflito entre Benjamin e seus interlocutores.

Ademais, quando se lê a longa carta a Benjamin que Adorno assina com um "seu velho amigo" e, em seguida, a carta a Horkheimer, de 21 de março, na qual Adorno elogia concepções de Benjamin, mas também afirma sua falta de dialética, seu "masoquismo", sua "concepção romântica e professoral sobre a técnica", fica patente o quanto Adorno --que se preparava para emigrar aos EUA-- está preso num jogo de poder entre o "patrão" (Horkheimer) e o "bolsista" (Benjamin) do instituto ao qual pretendia integrar-se.

ÚLTIMA VERSÃO

Essa situação difícil levou Benjamin a escrever, entre 1938 e 39, uma última versão do ensaio, que seria traduzida em 1968, por Carlos Nelson Coutinho, e em 1969, por José L. Grünewald (texto que consta até hoje do volume "Os Pensadores", da editora Abril).

Retraduzida com cuidado por Marijane Lisboa para a Contraponto, esta é a versão que ele achava mais congruente com seus propósitos: explorar as possibilidades técnicas e artísticas do filme e da montagem fotográfica em favor de uma política de esquerda, em vez de lamentar sua integração à indústria do cinema como mero entretenimento.

Benjamin tentou, em vão, publicar essa última versão de seu texto em alemão ou em inglês --impossibilidade que foi fruto da recusa de Horkheimer, documentada no mesmo volume, de pôr Benjamin em contato com o pesquisador em cinema Jay Leyda, de Nova York.
A segunda versão em alemão, de 1936, que estava desaparecida, foi localizada no Arquivo Horkheimer em Frankfurt e publicada em 1989 num volume de "Suplementos". Essa versão acaba de ser traduzida pela primeira vez no Brasil, por Francisco de Ambrosis Pinheiro Machado [Zouk, 128 págs., R$ 38] num trabalho preciso, com excelentes notas do tradutor. Anuncia-se ainda outra tradução do mesmo texto (!), por Gabriel Valladão Silva, para a editora L&PM.

A história da redação e da recepção do texto foi reconstruída com cautela por Detlev Schöttker em livro de 2007, no qual publica a versão "definitiva" de Benjamin, de 1938-9, com vasta documentação, notas, fortuna crítica, excelente bibliografia e filmografia. Ele foi incluído no volume da Contraponto, organizado por Tadeu Capistrano, mas sem a bibliografia (embora citada no corpo dos comentários!) e a filmografia, e sem justificativa nem menção a essa falta.

Em compensação, o organizador publica dois artigos de Susan Buck-Morss e Miriam Hansen, de 1992 e 1987. Sem dúvida interessantes, os textos, no entanto, não combinam com o trabalho de Schöttker, cuja reconstrução aponta muito mais para a discussão entre Benjamin e o Instituto de Pesquisa social.

Ademais, nenhum desses artigos cita a segunda versão, encontrada em 1989 (que Hansen nem poderia conhecer, portanto). Pergunta-se por que o organizador incluiu no mesmo livro textos tão diversos e retirou, sem advertir o leitor, informações preciosas fornecidas pelo autor.

Por fim, gostaria de insistir na importância da segunda versão. Ela aponta para uma nova teoria da "mimesis", isto é, da "representação artística", e do jogo ou da brincadeira" ("Spiel") nas artes. Trata-se de tentar pensar as possibilidades, liberadas pela perda da aura e pelas novas técnicas, de novas práticas estéticas: "ordenações experimentais", ou "Versuchsanordnungen" (a revisão do volume da Brasiliense continua traduzindo o termo por "experiências", o que se presta a confusão).

Essas novas práticas artísticas e interativas --por exemplo, no Brasil, Oiticica ou Lygia Clark-- deveriam permitir a invenção de um "espaço de jogo" ("Spielraum") que Benjamin esperava ser possível, não só no domínio da estética, mas também no da política.

É dessa relação entre estética e política que se trata, para quem quiser ler Benjamin sem transformá-lo em mais um fetiche cultural.

JEANNE MARIE GAGNEBIN é professora titular de filosofia na PUC-SP e autora de "História e Narração em Walter Benjamin" (Perspectiva).